"Sim, senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam. Prosterno-me diante delas. Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as. Amo tanto as palavras. As inesperadas." P. Neruda.




quinta-feira, 12 de agosto de 2010

jhjhjhjhj
Sugestão


 



O peito é forte,
agüenta enxurradas.
Convém sentir.
O medo é grande,
vislumbra fantasmas.
Convém seguir.
A procura é farta
o encontro, nem tanto.
Convém tentar.
O amor é doce
a chama, por vezes,
salgada.
Convém ter fé.
Estrelas e suas pontas
brilham, apesar de.
Convém ousar.
Cansaço e certo abandono
punhos ensaiam cerrar-se.
Convém respirar.
Lua à espreita do gesto novo,
de cada silêncio escrito,
de todo instante findado.
Convém agir.
Sonhar baixo, ressentir,
esquecer da busca,
desistir.
Não convém.

Apertar o passo,
afrouxar o laço?
Ceder espaço.
Convém discernir.
Se há outra vida,
se esse é o caminho,
pra onde dá essa porta,
convém (ou não) questionar.
Se aurora é noite ida,
amanhã, fina promessa,
Vida, assim um estalo.


Convém não pensar.


Agora,
nesta hora nossa
de toque liso e fosco,
convenhamos:
nada mais convém

senão

me amar.

4 comentários:

J.F. de Souza disse...

não faço o mal
não faço o bem

faço
o que convém

=)
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[esse escrito me é familiar... tenho a sensação de que já o 'ouvi' em algum lugar...]

=*

Anônimo disse...

Como sempre...

Uma beleza estonteante...

Versos e versos de delícias

Parabéns

Anônimo disse...

Como sempre...

Uma beleza estonteante...

Versos e versos de delícias

Parabéns

Sandra Regina disse...

sensações suaves deslizam... muito sugestivo esse poema! bjos