"Sim, senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam. Prosterno-me diante delas. Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as. Amo tanto as palavras. As inesperadas." P. Neruda.




quarta-feira, 8 de junho de 2011

Mudanças Climáticas






Mas em cada esquina
Brilha a chuva fina
Na garganta um nó
Cachecol solidão
Mil cores no asfalto
As mãos frias
Coração porcelana
Chuva de lanças
Cortes-vieses vermelhos
Eu pequena, miudíssima
Esmagada pelo poema ruim
E pela imensa vontade de pertencer.


5 comentários:

Fabio Rocha disse...

Você pertence permanentemente ao meu plexo fatigado.

mg6es disse...

nos pertencemos. somos. somamos.

=*

J.F. de Souza disse...

e a paisagem se desfaz
em estilhaços

e é nesse momento,

no brilho
de cada
fragmento

do som ao despedaçar
até o cortar da pele
e o cair dos cacos
pelo chão

nesse momento
pude avistar
a beleza da paisagem
e da vida que passa

nesse momento
aquele pedaço de tempo
passou a ser
meu

eu era o tempo
passando
a paisagem
mudando

J.F. de Souza disse...

[eita, que fazia tempo que não me brotava um escrito desses...] =)

=*

Rayanne disse...

conheço a sensação.

**Estrelas sentem**