"Sim, senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam. Prosterno-me diante delas. Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as. Amo tanto as palavras. As inesperadas." P. Neruda.




terça-feira, 15 de novembro de 2011

Tua lua nossa






Quero me enrolar nas saias da noite
musa de muitos
abrigo de poucos
Quero me enrolar na sorte
de ouvir suspirarem estrelas
Quero você, neste frio,
bourbon, carinho, café.
Quero quente.

Palavras dissipadas
num mundo torto
do qual não fazemos parte
mas que hoje,
é nosso.

Fique. Agora chove.
É tarde para inventar poemas.
Esta noite foi feita
para escrever poesia
nas linhas sinuosas de nossos corpos
pelas mãos do mundo.
Este, de tantas searas,
que nos juntou
nos pôs a postos e dispostos
a harmonizar o barulho de fora
com o motivo da noite:
o encontro sereno entre a lua e os amantes.



Um comentário:

Leandro Jardim disse...

Oi Luzzsh, quanto tempo, bonito poema!