"Sim, senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam. Prosterno-me diante delas. Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as. Amo tanto as palavras. As inesperadas." P. Neruda.




quarta-feira, 28 de julho de 2010

déjà-vu





Noite alta. Venta.
Eu, quase plena.
Eu, mais que eterna.
Passo rápido.
Seguem-me
o desejo afoito
o olhar despido
a sombra densa, dançante.

Eu, olhos nas luzes
carros, tinta fresca na faixa
momento perfeito
de extremidades convexas.

Um suspiro sôfrego.
Leve, quase alada,
periga eu morrer de tudo.
Vivo, entretanto. Entre tantos.

O universo por dentro é sempre o mesmo.
Nós, universos mais rasos,
 
não.



2 comentários:

J.F. de Souza disse...

Frenesi em poesia!

Lindo! =)

[Assim, dessa forma, não tinha visto, não.] =P

=*

Greice disse...

Instiga e encanta!