"Sim, senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam. Prosterno-me diante delas. Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as. Amo tanto as palavras. As inesperadas." P. Neruda.




terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Poema para eternizar um amigo







Nunca nos falamos.
Mas nos entendemos.

Quando ele se foi, há dez anos,
(éramos tão jovens!...)
Quando amores se foram,
Quando amores novos chegaram
Quando da descoberta de alegrias comezinhas.
Seu olhar de bola de gude
Rabo enlouquecido a contar da falta.

Andamos na neve.
Subimos montanhas,
mudamos de casa,
de país,
de físico,
de sentimento.
Mas permanecemos juntos.
Catorze anos, meu amigo.
E eu ainda acho cedo.

Vou sem ti, agora.
Obrigada, por trilhar esse trecho comigo.
Vai agora, correr outras paisagens.


Um comentário:

J.R. Lima disse...

Puxa, que legal!
Lindo e verdadeiro,sem cair na pieguice. É bem como me sinto agora.
Obrigado, Luzzsh, pelo comentário na foto da Lua e por me indicar este texto.
Um beijo.