O poeta
precisa descobrir alento no que faz.
Porque poesia dói.
O poeta
precisa descobrir a nota, a rima.
Porque poesia dança.
O poeta
precisa descobrir o tempo,
porque poesia voa
e precisa descobrir o vento,
porque poesia paira.
O poeta
é um descobridor de desnecessidades.
as mais ínfimas, as sem valor,
as que não mudam o mundo em nada
não diminuem a fome, a sede, o desamor.
Aquelas pelas quais não se paga vintém.
O poeta
é um descobridor
que precisa escrever
para calar inquietudes
esmiuçar vicissitudes.
Descobrir para si o óbvio.
Um descobridor
que anseia palpar em versos
o tudo, que a visão não alcança,
e que só não precisa descobrir
porque, cargas d’água, poesia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário