"Sim, senhor, tudo o que queira, mas são as palavras as que cantam, as que sobem e baixam. Prosterno-me diante delas. Amo-as, uno-me a elas, persigo-as, mordo-as, derreto-as. Amo tanto as palavras. As inesperadas." P. Neruda.




quinta-feira, 22 de março de 2012

Do silêncio pensamento em desalinho






Este silêncio
Rasga o papel como se fosse
Pedra, mão valente
A romper cuidados, sensíveis notas,
Perfumes omissos
Inerentes cuidados
Eu, que sempre fui,
Como suportaria mais, não ser?
As horas espalham-se
Como folhas de um caderno roto
Vendaval no meio da sala
No centro do peito
Nas quinas da alma.
Talvez por descuido.
Talvez por outono.

O que eu queria ter escrito
É este meu grito sem voz
Deposto com violência,
Atônito, denso,

Sinceramente sentido.


Um comentário:

Sandra Regina disse...

Este silêncio disse tudo
senti as imagens